quinta-feira, 19 de abril de 2007

AGRESSÃO NÃO É CIVILIDADE

Flaviano Schneider

Não sei se intencionalmente, o jornalista Elson Martins, na edição de ontem de A Gazeta, apresentou o pior argumento contra a prospecção de petróleo e gás no Acre: o ataque gratuito, quase ofensivo ao senador Tião Viana. "Petróleo não é progresso", diz ele. No mesmo tom, eu afirmo: agredir não demonstra civilidade.

Elson alega que o senador "embora inteligente" não presta atenção à sabedoria dos habitantes da floresta; que a floresta é apenas um discurso para o senador, para obter sucesso; que o senador está sempre ‘catando’ propostas estranhas e ameaçadoras ao meio (só não explicou que meio, se é o meio ambiente, ou se é em nosso meio).

Eu que o tenho na conta de um guerreiro ponderado, o vejo exaltado e nada propenso ao diá-logo. Ora, Elson, você é amigo, irmão nosso, tem uma salinha agradável para trabalhar. Por que você não convidou o Tião para um cafezinho e apresentou a ele seus argumentos. Assim, poderia ter conversado com ele e ouvido os argumentos dele também. Poderia ter seguido o exemplo do Padre Paolino que, embora tenha reservas em relação ao petróleo, jamais agrediu o senador. O que fizeram os dois: reuniram-se numa noite dessas e debateram demoradamente os prós e os contras. Em nenhum momento, o Padre Paolino demonizou o Tião como você fez, por ter trazido à tona o assunto da prospecção. Ninguém saiu diminuído do diálogo entre eles.

"Usar a força política e prestígio para levar mais educação e saúde para os seringais". No mínimo demonstra desinformação você cobrar isto do senador. A prospecção é apenas uma dentre tantas ações do mandato. Tem gente por aí, que vive sumida por que não faz nada. O senador faz, provoca fatos e ações, vai a todo o estado, chama todo mundo para o debate e o que acontece... os críticos de plantão dizem que ele está em campanha prematura. Não conhecem o pique do senador! Um exemplo eloqüente é o Projeto Saúde Itinerante. Idealizado e criado pelo senador, fez mais de 200 mil atendimentos até o fim do ano passado, levando médicos e remédios para o interior do Acre, através de varadouros, subindo rios e igarapés e alcançando reconhecimento nacional, tendo sido adotado pelo governo federal e imitado em outros estados. Muitas vezes, a briosa equipe do Itinerante retirou, às pressas, gente de dentro da floresta para um atendimento mais qualificado em Rio Branco. Sugiro a você Elson que vá num dos mutirões do Itinerante, penetre no interior desse Acre maravilhoso e você vai testemunhar o quanto aquelas pessoas ficam agradecidas.

Poderia citar muita coisa ainda como o apoio permanente nos últimos anos aos pleitos dos povos indígenas; a Universidade da Floresta, pela qual o Tião sempre se empenhou. Cito ainda os convênios com o Into, Incor, Hospital da Criança, Hospital do Idoso, Hospital do Câncer, Hospital de Cruzeiro do Sul, os hospitais da família pelo interior, o SAMU, transplantes renais, operação de pezinho torto, lábio leporino, em tudo isso tem um pouco do Tião.

A atuação do senador não se resume à viabilização da prospecção. Ele vem usando seu prestígio, seu cargo, para tentar legislar a favor do meio ambiente. Em fevereiro, no início, portanto, do segundo mandato, o senador Tião apresentou um projeto de Lei (PL 25/07) que prevê a adoção de critérios ambientais em todo e qualquer tipo de licitação que for realizada pelos poderes públicos, seja da União dos estados e municípios. Cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil são hoje transferidos para compras governamentais, tanto no âmbito da União quanto do estado e municípios. Se aprovado o projeto, as empresas terão que adotar critérios de sustentabilidade e responsabilidade ambiental, tanto quem compra quanto quem vende. Se for observado e cumprido, o PL terá enorme importância para barrar o desmatamento na Amazônia e a degradação ambiental de forma geral em todo o país. Também é importante conhecer outro projeto (já deste ano também) o PL 121/07, que dispõe sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente por estados municípios e União em ações e serviços públicos de saúde. Se aprovado, será um enorme avanço e a saúde poderá melhorar não apenas para o habitante da floresta, mas também para aqueles que sofrem muito mais que são os moradores das periferias de nossas cidades.

Tratando especificamente do assunto da produção de energia. Pergunte aos moradores dos seringais se eles querem energia elétrica, se querem televisão, se querem geladeira. Para isso precisamos de energia. Hoje nossa base energética é o óleo diesel. Se for descoberto gás e mudarmos para ele, teremos ganhos incontestáveis para o meio ambiente. É claro que o gás também seria uma transição. A humanidade caminha no rumo das fontes de energia limpas. E, algum dia, somente elas serão utilizadas. Eu particularmente acredito que a energia solar é suficiente, não precisa de outra (quem sabe o hidrogênio). Mas, enquanto estamos nessa transição acho perfeitamente lúcido procurar saber o que temos debaixo da terra e tentar nossa auto-suficiência energética, para evitar o transporte de milhões de litros de diesel para nosso quinhão de floresta.

Finalmente chego àquela que considerei a maior agressão: O Elson desafiar o senador Tião Viana para usar o Daime ou o sapo kambô para "reciclar idéias e ambições". Já havia constatado há algum tempo e agora estou certo com este artigo de que está aparecendo no Acre uma nova tribo: a dos ambientalistas esotéricos, religiosos ou sei lá o quê. Pelo que estou vendo o Elson aderiu. A tática deles é a seguinte: vamos ameaçar os favoráveis à prospecção de gás e petróleo com a Rainha da Floresta, com o Daime e com o sapo kambô, assim quem sabe eles tomam jeito. Teve uma ecologista que ameaçou os ‘prospectologistas’ se é que existe esta palavra: "quero ver quando vocês chegarem no mundo astral como vão se explicar"? Outros rogam pragas: "tomara que nos poços que o Tião mandar (sic) perfurar jorre Daime e não petróleo". Um outro aposta que o espírito do Chico Mendes está revoltado com a prospecção.

Gente... é muita divagação. E o Elson entrou nessa. Isso sabendo que o Elson só de ouvir falar em Daime se borra todinho. Quem sabe se o Elson participar da mesma sessão com Daime, para o qual ele desafiou o senador, também poderá ‘reciclar’ suas idéias e até ambicionar mais em busca de soluções para nossos problemas. Se nessa sessão estiverem juntos além deles, os amigos e os adversários, os prós e os contras, o mais provável é que no fim todos saiam abraçados, conscientes da pequenez de cada um ante a grandiosidade do nosso planeta Terra, de suas transformações e cientes de que cada um, à sua maneira, está buscando o progresso do espírito, pois só ele pode garantir a sobrevivência do nosso jardim amazônico e a viabilidade da nossa presença no planeta.


Flaviano Schneider é um dos quatro jornalistas do gabinete do senador Tião Viana (PT). O artigo está publicado na edição de hoje do jornal A Gazeta.

26 comentários:

Anônimo disse...

O artigo é absurdo. E tome puxasaquismo. Daqui a pouco, no Acre, que nem na Roma antiga, vai ser proibido ironizar César, criticar César e até falar em César, sentado em cima de seu poço de petróleo. Em resumo, bastava publicar o rodapé do panegírico laudatório oficial. Assim, ó: "Flaviano Schneider é um dos quatro jornalistas do gabinete do senador Tião Viana (PT)." E tenho dito.

Anônimo disse...

Meu Deus!!!

Não sabia que no Acre existiam novas formas de IGNORÂNCIA... com bases medievais, que acreditam que a floresta é cheia de horrores e maldades... Daine em poço de petróle... sapo ameçando cientistas... CRUZES.

Caros amigos, estes ignorantes de plantão, com seus discursos repugnantes, sem nenhuma base sólida de argumentação... que chegam a acreditar em Universidades com "IDEOLOGIA"?. Como se fossem partidos políticos... falam em Biotecnologia como se fosse algo trivial...
Meus amigos, a carruagem passa e os câes ladram. O Acre vencerá, e estes câes ficaram no ostracismo.

Editor disse...

Se essa for a melhor defesa que o Tião pode fazer então a turma do contra pode começar a comemorar.

Anônimo disse...

Tem razão. Agressão não é sinal de civilidade. Lamber botas, também não é.

Editor disse...

Reformule seu conceito de ideologia Sr. Anônimo, e aí entenderá a referência que fizemos. apenas quis dizer que ela precisa ter por princípio a pesquisa científica, estou falando de missão, não de ideologia. Quanto a vc, leia a Constituição Federal e saia do anonimato, sua postura revela a face oculta da hipocrisia que não mostra a cara. É um covarde, só isso.

Anônimo disse...

Querido Altino,
O que é que há com essa gente contratada pelo senador Tião Viana? Um bota a bunda na janela porque não participou da novela (ô rima pobre)o outro, messianico,pensa que ainda tá em campanha eleitoral e só falta canonizar o dito. Melhor que isso só o aparte que o Sibá fez ontem, acompanhem a tv senado, ao belo discurso do senador do Amapá que não lembro o nome, defendendo o Jorge Viana. O discurso ía bem até que o Sibá entrou e toque o petróleo em cima. A Tv não mostrou se tinha gente assistindo, tomara que não tivesse pra evitar o vexame.Com os argumentos desses assessores ao invés de subir petróleo pelo cano é o senador que vai descer por ele. "ô vida mais besta meu Deus!".Bjo. Rubra.

Anônimo disse...

Ô Altino, vc e a jornalista Silvana devem providenciar habeas Corpus. Com esses assessores do Tião e os novos "verdes" do Acre, voces precisam se precaver. Peçam proteção.Bj. R.

Anônimo disse...

Não é que o Flaviano reapareceu, a serviço? Tinha estado escanteado, sem moral, desde que, em meados de fevereiro, se queimara no episódio em que tentou colocar na boca da liderança Joaquim Tashkã Yawanawá o apoio do seu povo à proposta do Senador. E colocara em maus lençóis o seu patrão, que foi categoricamente desmentido em blogs e na imprensa acreana e nacional. Esse episódio, por sinal, marcou o início do que seria um estratégia recorrente do senador e de sua assessoria: botar na boca de vários grupos de interesse o seu apoio à proposta. Com uma assessoria de quatro jornalistas fica fácil, de fazer rodízio. Queimou-se, temporariamente, o Tião Maia, chama o Flaviano. De Cruzeiro, temos o mais novo membro da falange desenvolvimentista, Nelson Liano Júnior, que chegou à cidade outro dia, arrastando uma cachorra, e hoje tem programa na rádio do Camelli, trabalha na assessoria chapa branca, e se consolidou como o principal jornalista da região. Ele também gosta de falar do Paulo Coelho, com quem escreveu, em 1993, o "Manual Prático Do Vampirismo". Com essa assessoria jornalistícia e espiritual, a proposta do senador com certeza vai longe, vampirizando recursos da floresta e prometendo a suas populações, em tom messiânico, que a luz da verdadeira redenção em breve está pra chegar.

Editor disse...

Explorar petróleo no Acre é instituir a perda de biodiversidade



O Estado do Acre é detentor de uma das maiores biodiversidades do planeta. Inclui-se aí a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microorganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas e a variedade de comunidades, habitat e ecossistemas formados pelos organismos.

Não podemos perder de vista a necessidade de conservação dessa biodiversidade. Nossa geração é chave nesse processo, responsável pela perpetuação ou pela destruição da vida no planeta. O futuro depende das ações que sabiamente tomarmos hoje, para tanto, precisamos saber escolher nossos caminhos.

Nesse momento crítico, onde o modelo predatório (liderado por forças governamentais) busca legitimidade através da tentativa de monopolizar o direito de definir parâmetros de sustentabilidade, precisamos ampliar nossa capacidade de resistência, vigiando o poder e participando ativamente do debate, para que a integridade do patrimônio genético acreano não venha a ser prejudicado.

Se assim não for feito, veremos, em curto espaço de tempo, o maior patrimônio genético da humanidade ser dragado pela sanha sem limites dos abutres do capital destrutivo, já acampado nas fronteiras do Acre, em detrimento da ética ambiental e dos bens de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, das presentes e futuras gerações.

Precisamos assumir o debate a cerca do papel crítico que esses recursos desempenham no desenvolvimento sustentável de longo prazo. A tentativa, via defensores da prospecção, de atalhar esse caminho, não pode prosperar. Se a referência de sustentabilidade, na exploração do petróleo for aquela mentirosamente implantada pelo governo anterior, então temos motivos de sobra para afirmar que o Acre caminha para o caos ambiental.

O Senador Tião Viana tenta legitimar seus argumentos diante de uma suposta herança de sustentabilidade que, em verdade, nunca existiu. Sua falência retórica, se dá exatamente em função da incoerência entre o que foi dito e o que efetivamente ocorreu no Acre em matéria ambiental nesses anos todos. Basta uma olhada nos indicadores ambientais.

Foram tolos de achar que a repressão democrática iria durar para sempre. Acabaram sim, reprimindo as demandas de opinião, porém, não impunemente. Se o projeto de sustentabilidade usado de forma recorrente por Tião fosse verdadeiro e honesto, não haveria tanta opinião represada. Aos poucos, a barragem vai se rompendo e alagando a falácia do modelo fascista que tentaram nos empurrar goela a baixo.

O crédito que o Senador Tião Viana está a exigir dos acreanos, na questão da prospecção, não pode ser dado. O que pede é a instalação de uma atividade econômica potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente. Dar crédito agora, é o mesmo que pactuar com as contradições que afloraram nesses anos todos, ou seja: “desenvolvimento insustentável, socialmente e culturalmente injusto e o que pior, excessivamente discriminatório com as minorias”.

Defender a biodiversidade em oposição à política de prospecção de petróleo não é apenas uma questão de opção, é dever de todos que acreditam no maravilhoso fenômeno da vida e compreendem o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como um “direito humano fundamental”, com fundamento na ética e na qualidade ambiental.

Abrir uma “janela energética” diante do maior patrimônio genético da humanidade não nos parece uma saída razoável. Precisamos afastar a possibilidade de que seja plantada a “semente da catástrofe” frente aos recursos da biodiversidade.

O biólogo E. O. Wilson resumiu essa preocupação em relação à destruição da biodiversidade em uma frase que se tornou famosa: "a tolice que nossos descendentes estarão menos dispostos a nos perdoar".

Não é de energia que precisamos. Precisamos é de pesquisa!




Edinei Muniz é professor e biólogo.

Anônimo disse...

Altino,

Sem levar em consideração que 90% do artigo é pura propaganda política e puxasaquismo, o que é uma marca do atual jornalismo acreano, esta frase foi a que mais me chamou a atenção:

"Ora, Elson, você é amigo, irmão nosso, tem uma salinha agradável para trabalhar."

Olha, enquanto jornalista pagos com nosso dinheiro estiverem enclausurados em salinhas agradáveis de gabinetes, o Acre vai continuar dando passos para trás.

Dá um imenso nojo, por exemplo, olhar as principais manchetes de todos os jornais acreanos e ver estampadas as "ações" de senadores, deputados, prefeitos... parece coisa da Sucupira de Jorge Amado.

A questão é muito mais complexa do que no Amazonas pela história do Acre, um estado marcado por heróis populares onde a floresta sempre foi o cenário das principais lutas e conquistas.

Ora, cansamos de propagar que preservamos mais de 90% de nossa floresta e que dela construiremos uma base diferente de desenvolvimento, por isso lá fora soa estranho a questão da prospecção.

Particularmente, acredito que a questão resume-se se entramos para o time do aquecimento com riqueza (o que muitos lutam para acabar) ou para o time do usar a floresta como base de desenvolvimento social e econômico (o que muitos acham uma falácia).

Ou seja, ou o Acre, "A TERRA DE CHICO MENDES" vai contra todos seus princípios alardeados mundialmente ou se junta de uma vez com a turma do imediatismo da riqueza do ouro negro.

Minha esperança é que desde as crianças até os idosos participem de um debate saudável, racional e aberto, sem a mancha dos interesses políticos e pessoais, que tanto prejudicam o Acre.

Abraços,

Aspone

Anônimo disse...

Concordo, concordo, concordo, concordo com todos. Vamos tomar Daime juntos, os prós e os contra. Depois uma pêa de Kambô lá nos Katukinas pra receber cura. Em seguida caissuma pra matar a sede. Só assim veremos o melhor caminho. Agora, interessante que esse debate ocorra com a esquerda no poder. Se fossem os conservadores, não haveria debate com índio, religião, sindicato. O debate seria na rua em passeatas tendo a frente os políticos da esquerda, os mesmos que hoje defendem a exploração mineral na Serra do Dividor ou na terra dos Ashaninkas. O Acre é muito legal.

Anônimo disse...

Meu querido Tião Viana,independente de estar contra sua prospecção de petróleo, admiro muito o trabalho que você tem feito pelo Acre e, por isso mesmo, não dá pra aceitar o nível desse seu jornalista...que é isso companheiro?! Igualmente àqueles que você trouxe pra defender a prospecção: "remaram contra" tudo que você representa pra nós acreanos!!

Anônimo disse...

O SILÊNCIO DA MARINA

No teatro da política acreana encena-se mais uma peça, com o título: “A prospecção de gás e petróleo no Vale do Juruá”. Na platéia desse teatro, vaiando ou aplaudindo, mas nunca omisso, me reservo o direito de observar e tentar entender sua lógica, embora a lógica da política muitas vezes extrapole os limites da razão. Lí vários comentários a respeito do silêncio e da ausência que a ministra Marina Silva se impôs em relação aos debates sobre a possibilidade da prospecção, onde são questionados os motivos desse posicionamento. Tentando pois, descobrir uma relação de causa e efeito que justificasse tal posicionamento, regredi cronologicamente até os idos de 1995, quando nossa ministra, que era senadora e estrela de outra peça que não recordo bem o título, discursava, denunciando da tribuna do senado os desmandos, crimes e corrupção no Acre, numa atitude aguerrida e corajosa que contrastava com a aparente fragilidade e doçura no trato, tudo bem característico de sua personalidade. Na peça atual, os atores continuam quase os mesmos, tudo bem. O roteiro da peça mudou, mas até aí tudo bem, também. De per si, estas premissas não justificariam a ausência ou o silêncio da grande defensora da Florestania. Me ocorreu então, concluir o seguinte: considerando toda a coerência que sempre pautou suas atitudes políticas, a estrela principal da peça em cartaz talvez não tivesse aprovado a mudança nas cores do guarda-roupas ou a inversão de alguns papéis..., daí a razão de sua ausência e seu silêncio. Se inadvertidamente sofismei, espero apenas que entre os verdadeiros motivos que a levaram a agir assim, esteja embutida uma carta na manga, uma contra-proposta consensual e alternativa, de peso, que nos livre em definitivo dessa hecatombe sócio-ambiental que se avizinha com de nosso Acre nessa tentativa de se explorar combustíveis fósseis nas matas acreanas. Que Deus ilumine a Ministra e ao final seu silêncio fale mais alto. Amém.

Anônimo disse...

"a viabilidade da nossa presença no planeta" é a antítese da queima de combustíveis fósseis, caro assessor do senador Tião Viana.

Anônimo disse...

esses jornalista que o Tião Viana tem, não servem para nada. Um chora porque não foi convidado para carregar o corpo do chico, o outro fica nervoso porque se queimou meses atraz com o Joaquim.o que eles querem agora??
aparecer para o senador que deve tá furioso com eles. só sabem laber chão KKKKKKKK!!!maguei!!!!

Anônimo disse...

O que desejo dizer é simplesmente o seguinte: artigos e jornalistas assim (ou melhor, assessor de imprensa. Aliás, assessor de imprensa, a exemplo dos que assessoram o magnata do petróleo da hora, podem ser considerados jornalistas, ou podem e devem ficar e sentir-se adormecidos, que nem os maçons? Cadê a ética? Aguardo a opinião dos dialéticos), pois bem, me lembram o grande jornalista norte-americano H. L. Mencken (1880-1956), do qual está publicado no Brasil "O Livro dos Insultos de H. L. Mencken" (Cia. das Letras), seleção, tradução e prefácio do Ruy Castro.

Dizia ele: "O jornal acreano médio [perdão, é americano médio], mesmo os supostamente de primeira linha, é não apenas ruim mas dez vezes pior - dez vezes mais ignorante, dez vezes mais injusto e tirânico, dez vezes mais complacente e pusilânime, e dez vezes mais sinuoso, hipócrita, velhaco, enganador, farisaico, tartufista, fraudulento, safado, escorregadio, inescrupuloso, pérfido, indigno e desonesto."

Que pena, que pena! Infelizmente, faltam-me palavras.

Anônimo disse...

Acompanho à relativa distância - do Amazonas - essa pendenga toda. Gostaria de estar aí, no Acre, vivendo toda essa ebulição de perto. Aliás, gostaria muito é de morar no Acre. Estou equidistante dos dois lados envolvidos na questão da "prospecção". Acho que ambos têm suas razões. Mas sinto que a "oposição" ao projeto está por demais exaltada, escrevendo com o fígado, fora de si, até. Não concordo com o tom do artigo do Flaviano, chapa branquíssima, mas ele está certo ao falar que a honra e o caráter do senador estão sendo questionados. Todo um trabalho jogado por terra em razão deste projeto. Se falta debate, transparência, de um lado, está faltando civilidade, cortesia, racionalidade, do outro. Os do contra estão por demais histéricos. É ísso.

Anônimo disse...

O Flaviano fumou uma "santa maria" paia demais. O bichinho late mas nem tem dente.

Anônimo disse...

Não estranhe, anônimo amazonense-acreano, mas a mão que segura o martelo não é a mesma que leva a martelada, deu prá entender?

Anônimo disse...

De tudo que li hoje no seu blog de anônimos e renomados, fico com a parte final do Walmir:"QUE DEUS ILUMINE A MINISTRA E AO FINAL SEU SILÊNCIO FALE MAIS ALTO. AMÉM".

Anônimo disse...

coisa boa é pedenga entre jornalistas, a platéia agradece as informações dos bastidores que só aparecem nessas horas. Obaaaa!

Anônimo disse...

Caros bloguistas ou Altinistas.

Achei este artigo no Le Monde Diplomatique, acho que ajuda a qualificar o debate.

A série tem mais 3 artigos, depois eu envio.

A possível Revolução Energética
Num relatório alternativo sobre mudança climática, o Greenpeace propõe mobilização mundial para salvar o planeta. E demonstra, com base num amplo estudo científico: as soluções técnicas para a sustentabilidade já existem, e conduzem a lógicas e paradigmas pós-capitalistas



"Se a vida te der um limão, faz uma caipirinha", sugere um provérbio popular que expressa, gaiato, uma das características da alma brasileira mais valorizadas em todo o mundo: a capacidade de encarar os azares com humor, e de reagir criativamente a eles . Uma gravíssima ameaça ao futuro da Terra e da humanidade pode ser também uma oportunidade para superar as relações sociais que produzem desigualdade, desesperança e devastação. Semana passada, quando o Painel Internacional sobre Mudança Climática (IPCC, em inglês) divulgou seu novo relatório sobre as conseqüências dramáticas do aquecimento do planeta, o Greenpeace acelerou a difusão de um documento alternativo. Tem o nome de [R]evolução Energética.

Não pretende ser um contrapanto ao texto do IPCC, mas um complemento. Rompe a lógica da impotência social. Nos últimos anos, o pensamento conservador passou a ver o aquecimento da atmosfera e suas conseqüências como um fenômeno inevitável — algo semelhante a uma tragédia planetária para a qual caminhamos bovinos, como um rebanho que segue rumo ao matadouro. O Greenpeace quer despertar para o contrário. Não é tarde demais. A humanidade já desenvolveu formas de energia alternativas capazes de assegurar vida digna sem ameaçar a natureza. Para adotá-las, é preciso superar dois obstáculos.

O primeiro é político-ideológico. A idéia segundo a qual as sociedades têm o direito e a capacidade de construir seu futuro tornou-se uma heresia para o pensamento capitalista — que ainda é predominante. A afirmação da vontade coletiva desafia um dos dogmas centrais da ideologia neoliberal: o de que as sociedades devem esquecer o sonho perigoso de planejar seu futuro comum, e entregar seu destino à "mão invisível" do mercado — que assegurará liberdade, riqueza e felicidade.

O segundo obstáculo é econômico. Como se verá adiante, as fontes de energia alternativas não se diferenciam das tradicionais apenas por serem sustentáveis. Em todos os casos, sua produção adapta-se muito mais facilmente a um modelo descentralizado e desconcentrador de produção. A lógica não é mais gerar eletricidade em imensos empreendimentos comandados por corporações jurássicas. Até as pequenas comunidades devem e podem tornar-se autônomas em energia. Para tanto, não é preciso mobilizar enormes volumes de dinheiro. Um sinal de que o capitalismo pode estar sendo superado, também, no terreno em que sempre afirmou sua superioridade: o da "eficiência" produtiva.

Os cinco termos da equação
A força de [R]evolução Energética está na maneira como articula razão com utopia, e rigor científico com mobilização, para mudar políticas e atitudes. O relatório, assinado em conjunto pelo Greenpeace e pelo Conselho Europeu de Energia Renovável (EREC, em inglês) não parte de especulações, mas dos mais avançados dados técnicos disponíveis. As previsões sobre elevação da temperatura terrestre, em função do aumento de emissões de gases do efeito-estufa (especialmente gás carbônico, ou CO2) são as do IPCC [1]. As projeções sobre a emissão de CO2, caso mantida a atual matriz de fontes energéticas, são da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês). Os estudos sobre possível aumento da eficácia energética e sobre o uso de combustíveis renováveis são do Instituto de Termodinâmica Técinica (DLR), da Agência Espacial da Alemanha.

A partir dos dados fornecidos por estas instituições, monta-se uma equação política cujos termos principais são os seguintes: 1) A temperatura média da Terra vem subindo contínua e progressivamente, desde a Revolução Industrial, devido à emissão de CO2. Ao longo do século 20, a elevação foi de 0,6 grau. Há um consenso científico segundo o qual o planeta pode suportar no máximo um aumento suplementar de 2 graus centígrados, sem que se desencadeie uma espiral de efeitos retro-alimentadores e possíveis catástrofes naturais e humanas . 2) Como o efeito dos gases do efeito-estufa é cumulativo, e eles se mantêm na atmosfera por muito tempo, seria preciso, desde já, reduzir progressivamente sua emissão para evitar que a marca-limite de 2ºC seja alcançada. 3) Estima-se que, em 2030, as emissões deveriam ser 30% inferiores ao patamar atingido em 1990. No entanto, assistimos, nos últimos anos, a um aumento expressivo no consumo de energia e nas emissões de CO2. As projeções do IEA indicam que, mantida a atual proporção entre uso de combustíveis fósseis (80%), nucleares (7%) e renováveis (13%), o ser humano vomitará, em 2050, nada menos de 45,489 bilhões de toneladas de gás carbônico por ano na atmosfera. Essa perspectiva (chamada no documento do Greenpeace de cenário-referência) implicaria um aumento — catastrófico — de 96,71% em relação às emissões de 2003 (23,124 bilhões de toneladas). 4) O Protocolo de Quioto é, hoje, o único instrumento existente em plano internacional para estimular a redução das emissões. Porém, suas metas ainda são muito tímidas (redução de 5,2% em relação ao patamar de 1990, em 2012) e o mecanismo essencial adotado é débil e contraditório (penalização monetária das emissões de CO2, permitindo-se, porém, a comercialização do "direito" de poluir).

O quinto termo da equação é o decisivo: a vontade política de mudar. O Greenpeace sugere uma meta clara para estimular a mobilização e facilitar o exame dos progressos alcançados. Ao invés de dobrar as emissões de CO2 até 2050 (a hipótese tétrica do cenário-referência), a humanidade deveria se dispor a reduzi-las pela metade. O vasto leque de medidas capaz de permitir tal vitória está ligado a duas transformações decisivas e complementares: alterar radicalmente a matriz energética, para que, em 2050, as diversas fontes renováveis existentes (solar, eólica, da biomassa, hidrelétrica, geotérmica e oceânica) respondam por cerca de 50% da geração (uma proporção 3,8 vezes maior que a atual); repensar e modificar profundamente os hábitos de consumo e distribuição de energia, de modo que, sem abrir mão do bem-estar, as sociedades abandonem as posturas de alienação, ignorância e prepotência nas relações com a natureza e consigo mesmas.

No processo, seriam alcançados dois ganhos suplementares: um ligado à justiça social; outro, à cultura de paz. Seria eliminado o recurso à energia nuclear — que não libera gases do efeito-estufa, mas gera enorme risco de acidentes e estimula a produção de armas atômicas. Além disso, dois bilhões de novos usuários teriam acesso aos benefícios da eletricidade. Em 43 anos, surgiria o que o Greenpeace chama de cenário da revolução energética.

Anônimo disse...

Alguns membros do governo já haviam me alertado. Realmente o TIÃO VIANA consegue ser PIOR do que o irmão JORGE VIANA. Quem pensa diferente que se cuide. Que nojo dar em ver que ainda existe gente como esse TIÃO MAIA e FLAVIANO. Como se pode vê, com trinta moedas até se mata neste país.

Anônimo disse...

Tenha a santa paciência! Schneider alguma vez bebeu o chá? Com que autoridade supõe dos efeitos da luz na consciência, ou a boa sinapse cerebral nas pessoas? No caso, o jornalista Elson Martins.

Archibaldo Antunes disse...

O artigo é desrespeitoso e ruim, sobretudo porque dirigido ao jornalista Elson Martins. Conheço a ambos, e me admira que o Flaviano, sujeito de boa índole, tenha tratado a questão da forma que o fez. Não concordo com algumas idéias políticas do Elson, o que nunca me levou a desrespeitá-lo, muito menos em público. O senador Tião Viana está perdendo a batalha em conquistar a opinião pública, francamente contrária à sua proposta inoportuna. Acho, portanto, que o artigo é sintomático.

Editor disse...

Altino,

Esse Flaviano sei lá de quê apanhou mais do que cachorro hoje. Será que ele volta? É do ramo?