quarta-feira, 11 de abril de 2007

FALA, DOUTOR!

Carlos Souza Jr.

Na matéria "E agora, Viana?", da revista Veja, os dados gerados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), sobre a dinâmica do desmatamento do Acre, foram usados para avaliar a gestão florestal do governo Jorge Viana.

É importante ressaltar que o relatório não faz e não possui os elementos suficientes para fazer tal avaliação.

Os resultados do estudo apontam para o crescimento do desmatamento no Acre, acompanhando a tendência do desmatamento da Amazônia no período de 2000 a 2004.


O relatório do Imazon aponta para uma área total desmatada de 16.618 km2 até o ano de 2004. Isso significa uma área 10% menor do que a área reportada pelo INPE (18.582 km2).

Essa é uma informação positiva que não foi tratada na matéria. A diferença dessas estimativas ainda é objeto de avaliação científica.

É importante também ressaltar que desde 2005 o Estado vem conduzindo de forma independente o monitoramento de suas florestas, usando a metodologia descrita no relatório, o que representa um grande passo no processo de descentralização da gestão florestal.

Por último, a sociedade brasileira precisa ser informada de que o Código Florestal ainda permite o desmatamento em até 20% dos imóveis situados em área de floresta amazônica, desde que autorizado pelo órgão ambiental.

Precisamos avançar na qualificação do desmatamento reportando quanto do total de desmatamento em um dado ano está legalizado e quanto foi ilegal. Isso seria o melhor indicador de sucesso no controle do desmatamento.

Carlos Souza Jr. é secretário executivo do Imazon, pesquisador e autor do documento "Dinâmica do Desmatamento do Estado do Acre (1988-2004)". Leia mais sobre a polêmica no especial "Desmatamento no Acre", do site Amazônia.

7 comentários:

Anônimo disse...

O IMAZON TÁ COM MEDINHO DE QUE NÃO TENHA MAIS FINANCIAMENTO DO ACRE PARA FAZER AS SUAS PESQUISAS??? Que tanta preocupação é essa, cientistas??

Anônimo disse...

Isso é que é cientista. Ao invés de afirmar os dados e conclusões do próprio trabalho, quer ensinar ao jornalista e ao leitor o que fazer com a informação. Só faltou dizer que não está arrependido. Ô povinho!

Raimari Cardoso disse...

Ao manejar os dados conforme seus interesses políticos, Veja tenta ludibriar os seus leitores e subestima sua inteligência. Acredito que o povo deseje a verdade acima de qualquer coisa, doa ela a quem doer. Se realmente ouve engavetamento da informação pelo governo passado, que o erro não se repita. Está bastante claro que transparência gera confiança, credibilidade.
Quem tem o direito e o poder de julgar um governo é somente o povo. É claro que para isso ele deve estar muito bem informado e a imprensa tem um papel fundamental nesse processo de bem informar. Agora, quando se constata que a maior revista do país falta com a verdade ou, no mínimo, distorce essa verdade, chega-se à conclusão de que o Brasil está ainda muito longe de ser o país que precisamos.

Anônimo disse...

Olha só o rai! Como é que é? "Não se repita mais"? Tu falou assim pro Collor, foi? E pro Hildebrando?
A Veja não faltou com nenhuma verdade. Se errou foi por não confrontar a permissividade do desmatamento com o apoio que o Jorge teve dos fazendeiros e com o aumento da pobreza e do desemprego no Acre. Dããããããããããmmmmmmmm

Anônimo disse...

O Carlos Souza Júnior extrapola sua competência e de seu instituto ao rerclamar da abordagem que um órgão de imprensa dá ao seu material editorial. Ele faz o que Veja fez. Dá opinião. Nada além disso. O que importa na matéria são os números. O desmatamento aumentou no Acre.
Souza Júnior não tem competência técnica para dizer como uma revista, jornal ou site devem se comportar. Souza Júnior e seu Imazon, não têm moral para criticar a revelação de Veja. Eles são no mínimo cúmplices da operação abafa que cercou o polêmico relatório.
Júnior erra feio ao acusar a revista paulista de "politizar" a reportagem. É evidente que é notícia se descobrir o que a revista descobriu. Um relatório abafado que prova que no Estado onde mais se esperava o controle da devastação, o corte de árvores correu solto.
Dizer que esse fato não permite avaliar um governo que se auto-denominou da floresta, também é uma desculpa política. É claro que serve. O governo da floresta fracassou na sua lição mais elementar que era a de manter a floresta em pé. As notas publicadas pelo Edegard e o Binho são complementares à reportagem de Veja. Revelam como o governo depachou para o mato milhares de pessoas - todas com direito de desmatar - e qualhou as florestas de gado. Sem falar das estradas.
Os outros quesitos, o Imazon cuidou de revelar. Uma outra pesquisa, já tratada aqui pelo Altino, mostra que o Acre regrediu.
Se o o cientista do Imazon me permite uma sugestão, gostaria de dizer: fique na sua. Fale do seu trabalho, não tome partido por quem você sabe muito bem que não merece que seja colocada em risco a sua reputação e a de seu instituto.
Saudações

Anônimo disse...

Seu eu fosse o editor da Veja, não publicaria sequer uma linha de todas essas cartas que apareceram. Elas não corrigem nada que o repórter falou.

Saramar disse...

Dados estatísicos podem ter leituras diferenciadas, é claro.
Agora, tentar se justificar usando o diferencial entre o determinado no Código Florestal e os dados do INPE só confirmam a realidade do desmatamento no período citado na matéria da VEJA.
O secretário, diante da impossibilidade de negar o fato real, usa os números para tentar justificar o injustificável, principalmente diante da bandeira de campanha do ex-governador.