quarta-feira, 14 de novembro de 2007

ADEUS, MADEIRA


Tirei a foto do Rio Madeira faz poucas horas, quando o avião sobrevoava Porto Velho (RO). Daqui a poucos anos essa paisagem desaparecerá, para dar lugar a uma imensa represa para duas hidrelétricas que vão gerar energia para o desenvolvimento das regiões sul e sudeste. Vale a pena ler "Rio Madeira é alvo do 'vale-tudo’ dos grandes negócios", o mais recente artigo do sociólogo Luis Fernando Novoa Garzon, professor da Universidade Federal de Rondônia e membro do Fórum Independente Popular.

- O discurso oficial, também público-privado, alega que o aumento da potência instalada do país pela via hidroelétrica, e pelo Madeira em especial, é a alternativa mais barata e mais limpa à disposição. É mais barato produzir energia em grande escala na Amazônia para depois construir e manter dispendiosas linhas de transmissão com de mais de 2.500 km de extensão? Pode ser considerada limpa uma energia que compromete o fluxo do rio, a qualidade da água, a cadeia alimentar dos peixes, que favorece a proliferação da malária e a contaminação por mercúrio, que produz o deslocamento de milhares de pessoas, que desfecha um golpe fatal sobre as culturas tradicionais e que chega inclusive a desorganizar as cidades próximas? - questiona Garzon.

Bem, devo passar os próximos cinco dias por aqui, até o término do FestCine Amazônia - o festival de cinema ambiental que abrange produções em vídeo e cinema de todo o Brasil em Porto Velho. A abertura do festival aconteceu ontem no Teatro Um do Sesc Esplanada, homenageando o cineasta Geraldo Sarno, diretor do clássico Viramundo.

O festival tem por princípio incentivar o surgimento de novos talentos através de oficinas de som, animação, elaboração de projetos e captação de recursos e documentários. As oficinas acontecem nos períodos da manhã e tarde.



Três produções rondonienses estão concorrendo ao Prêmio de Reportagem Ambiental: "O Parceleiro", documentário produzido pelo jornalista Zacarias Pena Verde, "Hábitos do sagui-de-cabeça-preta", reportagem ambiental, de Rebeca de Oliveira Barca; "Cooperativa sustentável Guajará-Mirim", reportagem ambiental de Emerson Barbosa. Um total de 69 filmes compõe o grupo da amostra competitiva.

A distribuição de filmes em diversos locais permite que a arte atinja mais público, oferecendo alternativas de lazer com qualidade para a população de Porto Velho. Durante a manhã de quarta, quinta e sexta-feira haverá exibições para o público infanto-juvenil.

O cinema também vai ao circo, na comunidade Nossa Senhora de Guadalupe, no bairro 4 de Janeiro, no cruzamento da ruas Andréia e Antônio Vivaldi quarta, quinta e sexta-feira, começando sempre às 19 horas. A população do Bairro Floresta assistirá aos filmes na Praça da Avenida Campos Sales durante na quarta-feira.

O Zé Beer, ponto de encontro dos jovens de Porto Velho, será palco do filme Bombadeira, na Mostra Arco-Íris, na quarta-feira. Todos os eventos têm entrada franca.

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