quarta-feira, 14 de maio de 2008

CARLOS MINC

Um "ecologista de Ipanema" no MMA

No dia 20 de novembro de 1988, um mês antes de ser assassinado, o seringueiro Chico Mendes participou, no Rio de Janeiro, da manifestação "Salve a Amazônia", organizada pelo Partido Verde. Naquele ano, o acreano de Xapuri costumava usar uma camiseta do PV, que ganhou da atriz Lucélia Santos, com a palavra "Legalize", em defesa do uso da maconha
.

No vídeo abaixo, Chico Mendes conversa com o militante Alfredo Sirkis, a quem fez revelações sobre as ameaças de morte que sofria no Acre. Mas existem outras cenas interessantes: o abraço afetuoso de Chico Mendes e do sociólogo Betinho, além do deputado Fernando Gabeira de short, sem as rugas de hoje, segurando a filha nos braços.

Carlos Minc, o novo ministro do Meio Ambiente, também aparece usando um short de praia, batendo palma e puxando palavra-de-ordem em defesa da Amazônia. Com certeza será mais um a abusar da imagem de Chico Mendes para fortalecer a posição política.

Faz tempo que mataram o sonho do seringueiro, embora insistam com o slogan "Chico Mendes Vive".

3 comentários:

Anônimo disse...

Marina: fim de uma agonia PDF Imprimir E-mail
Escrito por João Alfredo Telles Melo
14-Mai-2008



A auto-demissão de um dos maiores ícones da luta ambiental simboliza o fim de uma longa agonia que simbolizou a gestão de Marina Silva à frente do Ministério do Meio Ambiente. Nesses quatro anos, Marina foi derrotada com a liberação dos transgênicos e a retomada do programa nuclear brasileiro; foi obrigada a engolir a transposição das águas do São Francisco; foi pressionada a liberar obras polêmicas, como as hidrelétricas do rio Madeira; e cometeu erros, como o fracionamento do Ibama, com a criação do Instituto Chico Mendes.



Mas Marina não caiu pelos seus erros. Marina caiu pelos seus acertos. Pela coragem que teve, ainda que fosse demérito para seu governo, de divulgar os índices crescentes de desmatamento na Amazônia e responsabilizar o agronegócio do gado e da soja por esse recrudescimento. Marina caiu porque era insustentável sua permanência em um governo de Maggis, Rodrigues e Romeros que, por fora e por dentro, boicotam as medidas de combate ao desmatamento.



Marina caiu porque em um governo que privilegia o crescimento a qualquer custo, onde a geração de divisas do agronegócio exportador tem mais valor do que a preservação de nossas florestas, sua presença já se configurava como um corpo estranho.



Em última análise, Marina saiu porque, de transversal e integrada, como ela lutava para que fosse a política ambiental do governo, mais uma vez o meio ambiente foi enxergado como um entrave ao desenvolvimento. Ainda que tarde, mostra a seringueira do Acre que se alfabetizou aos 14 anos que sua trajetória não podia mais continuar a ser enxovalhada por um governo rendido aos interesses do grande capital.



Originalmente publicado no jornal O Povo.



João Alfredo Telles Melo é advogado, professor de Direito Ambiental e consultor de políticas públicas do Greenpeace.

Anônimo disse...

E mataram por duas vezes o Chico uma vez pelo assassino e outra por uma grande maioria de seus próprios companheiros.
Agora e que a mata vai a baixo.
Salve-se quem pode, e como ninguém vai pode se salva.
Vivamos em quanto um pouco da floresta está de pé.

Anônimo disse...

Doutor< Ela foi alfabetizada aos 17 anos.