quarta-feira, 11 de junho de 2008

CRIANÇAS DA AMAZÔNIA


Está pronto para ser lançado no Mill Valley Film Festival, nos Estados Unidos, o documentário "Crianças da Amazônia", da diretora e produtora paulista Denise Zmekhol, que mora na Califórnia, mas desembarca no Brasil nesta quarta-feira, 11, para dar continuidade à aventura de filmar com a etnia Suruí, em Rondonia.

"Crianças da Amazônia" é a história da maior floresta da Terra e das plantas, animais e povos indígenas que ela abriga. Durante milhares de anos, as pessoas de fora sabiam muito pouco sobre o funcionamento da floresta, até que uma grande estrada foi construída em seu coração.

Veja também:
Fotos e bastidores de "Crianças da Amazônia"
Cenas do documentário

Junto com a estrada vieram madeireiros, fazendeiros, garimpeiros, agricultores, varíola, cachorros, metralhadoras, cercas, napalm, gado, incêndios, ervas, resfriados, promessas falsas, câmeras de televisão, políticos, eletricidade, microondas, ambição...

- Essa é a história do que aconteceu com os povos da floresta, quando uma estrada lhe apresentou o mundo esfomeado. Eu fui uma das estranhas que entrou na Amazônia, viajando para o Norte ao longo da Transamazônica e da BR-364, que liga os estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre com o resto do país. O ano era 1987. Eu estava trabalhando em um documentário de televisão internacional, um dos vários que me levariam da minha casa em São Paulo para a Amazônia nos três anos que se seguiram - afirma Denise Zmekhol em entrevista exclusiva a Terra Magazine.

Denise Zmekhol fotografou muitas comunidades tribais, famílias de seringueiros que moravam lado a lado com povos indígenas. E entre os seringueiros, estava o líder sindical e ecologista Chico Mendes, que foi entrevistado e fotografado um mês antes de seu assassinato, em 22 dezembro de 1988.

Naquele ano, índios e seringueiros estavam sendo pressionados por todos os lados por criadores de gado, cafeicultores, madeireiros, garimpeiros e agentes do governo, e, destemperadamente, tentavam manter seu estilo de vida tradicional, adaptando-se às novas demandas das pessoas de fora.

- Suas vidas estavam mudando rapidamente. Assim, para mim era um alívio desligar a câmara e capturar os aspectos atemporias de suas vidas diárias em fotografias: pescando, cozinhando, celebrando cerimônias, canções, extraindo látex, caçando e tomando banho de rio. Nos anos desde que fui à Amazônia pela primeira vez, essas imagens claramente me lembravam do que os povos da floresta pediam: apenas a terra para viver.

Desde que deixou a Amazônia, as fotos que tirou das crianças da floresta sempre a atraíram. Olhava para elas brincando com os macacos, deitadas na rede, comendo cupuaçu, correndo peladas, os corpos pintados de azul com tinta do pé de jenipapo.

- As crianças pareciam conectadas com a floresta, independentemente do acordo que seus pais tivessem com os madeireiros, ou dos planos arriscados que faziam para assegurar sua proteção e uma existência sustentável na floresta.

Agora as crianças estão crescidas e muitas têm seus próprios filhos, bem como a carga das preocupações de adultos, mas a conexão com a floresta permanece. E é essa conexão que "Crianças da Amazônia" explora. Como ela mudou em 15 anos? O que essas crianças, hoje amadurecidas, têm para contar de sua terra natal. É a história de como somos, todos respirando o mesmo ar, todos passando pelo mesmo legado e destino.

Leia a entrevista com Denise Zmekhol na Terra Magazine.

6 comentários:

Cesário disse...

caro altino machado, ciente do amplo número de leitores que assessam o seu blog diariamente, venho por meio deste pedir a sua ajuda na divulgalção de um pequeno movimento que estamos fazendo contra a impunidade, em favor da reforma agraria e contra os conflitos de terra que assolam Amazônia, gostaria que pasasse este convite por seu crivo e se possivel que o plubicasse em seu blog, como melhor preferir.
um abraço, e aguardo se possivel uma resposta sua quanto a colocação ou não.

atenciosamente.
Cesário Campelo Braga.
cesariocampelo@yahoo.com.br

Cesário disse...

Convite
Neste ano em que se discute e reconhece o legado de Chico Mendes 20 anos após sua morte, - os representantes do movimento social do Acre são surpreendidos com a decisão da Justiça no julgamento de Ivair Higino de Almeida, líder sindical assassinado em 18 de junho de 1988. O resultado do julgamento evidenciou que somente os aspectos técnicos sobressaíram, ficando minimizada a contextualização histórica feita pela acusação ao apresentar a direta ligação do assassinato com a repressão ao movimento de resistência dos trabalhadores acreanos.
A morte de Ivair soma-se a muitas outras ocorridas dentro da organização dos trabalhadores brasileiros e que não mereceram da Justiça devida atenção.
Nossa demonstração de apoio se estende aos familiares é companheiros de Ivair e inúmeros outros que choram a perda do ente querido e ainda são maltratados pela Justiça, com a impunidade assegurada aos criminosos.
Diante desses fatos convidamos todos a participar da missa de 20 anos da morte de Ivair, um ato simbólico para lembrar a união dos Povos da Floresta e as conquistas registradas nos últimos 30 anos, mas certos que ainda a muito a ser feito em defesa dos trabalhadores rurais, da floresta e dos que dependem dela.
A missa realizar-se-á no dia 18 de junho de 2008, às 19:00 horas na Catedral nossa Senhora de Nazaré, contamos com a participação de todos.

Unknown disse...

Me surpreendo com esse movimento, os representantes do movimento social do Acre. Eles não respeitam as raízes da historia a senhora Julia Feitosa que vive do nome do seringueiro Chico Mendes agora se dependura na Historia de Evair o pior e que ela sempre quer tirar a historia do seu lugar de origem, esses fatos aconteceram em Xapuri e ela quer que seja o ato em Rio Branco, se até o Julgamento tentaram levar pra Rio Branco. Se enxerga senhora, respeite as origens históricas e as raízes de Xapuri. Rio Branco já tem as suas.

Cesário disse...

Me surpreendo com esse movimento, os representantes do movimento social do Acre. Eles não respeitam as raízes da historia a senhora Julia Feitosa que vive do nome do seringueiro Chico Mendes agora se dependura na Historia de Evair o pior e que ela sempre quer tirar a historia do seu lugar de origem, esses fatos aconteceram em Xapuri e ela quer que seja o ato em Rio Branco, se até o Julgamento tentaram levar pra Rio Branco. Se enxerga senhora, respeite as origens históricas e as raízes de Xapuri. Rio Branco já tem as suas.

Cesário disse...

E por essas e outras que os movimentos sociais encontram-se em estado de marasmo, como bem diria Toinho Alves, pois diante de uma missa de cunho extremamente contestador das injustiças que ainda são praticadas contra os trabalhadores, vemos um pequeno burguês, pois creio que só de uma cabeça burguesa poderia partir tamanha indiferença com os trabalhadores, ergue-se e contesta o local onde realizar-se-á o ato, nunca o objetivo foi descontextualizar os fatos, mas acima de localizações encontra-se a essência do movimento, é importante frizar onde ocorreram os fatos e de que modo ocorreram, é, mas, mais importante é não permite a sua continuação independente de localização geográfica, ou teria menos valor uma contestação feita contra a guerra no Iraque aqui é uma feita no oriente médio, creio que as duas teriam o mesmo valor, talvez a primeira tenha menos visibilidade mas o valor social é o mesmo, já está na hora de rompermos com essa mediocridade e não mais delegarmos para outros a responsabilidade, não trata-se de uma desvinculação do fato de seu local de ocorrência ,Xapuri, mas de uma ampliação, esse problema não é específico de Xapuri, nem tão pouco apenas do Acre ou Brasil, é um problema que aflige todo o globo.
Ao invés de desferir ataques infundados, gostaria de convidar o colega a participar, e vim somar ao invés de tentar dividir.
Por suas colocações percebe-se que possui certo conhecimento e é esse conhecimento e empenho que demonstra ter para atacar que precisamos, não sou detentor das verdades absolutas nem sei se tudo que estou fazendo e o certo, mas amigo muito ajuda quem não atrapalha.

Abraços
De mais um utópico.

Unknown disse...

Gostaria somente falar para o caro Cesário, que não me escondo por trás de uma burguesia e não sou um, só não dependo da morte de ninguém para sobreviver e nem para aparecer na mídia pois não sou urubu, simplesmente falei que tem pessoas na qual você e ligado que vivem dessa forma, antes era o Grande líder seringueiro, agora e o grande líder comunitário Evair, e ela vai usando o nome dos mortos para aparecer, não precisa me chamar pois já estou presente nas atividades do movimento presencio reuniões e mais reuniões e nada sai, por isso não me escondo por trás das desgraças alheia para ter minha sobrevivência.