quinta-feira, 21 de agosto de 2008

ASHANINKA DENUNCIA PETROBRAS


Lideranças ashaninka da Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, no Brasil, dizem que a Petrobras está preparada para iniciar atividades de prospecção e exploração de petróleo e gás, no alto rio Juruá, no Peru, em lote sobreposto a territórios de comunidades nativas e de índios isolados.

- A nosso ver, a intenção da Petrobrás constitui uma flagrante e condenável contradição com o discurso de responsabilidade socioambiental adotado pela empresa no Brasil e com a legislação que a empresa é obrigada a respeitar em nosso país - afirma documento da Associação Ashaninka, presidida por Moisés da Silva Piyãko (foto), enviado ao presidente da Unión de Comunidades Indígenas Fronterizas del Peru (UCIFP), Edison Panayfo.

O posicionamento dos ashaninka, que vivem no Acre, na fronteira com o Peru, é uma resposta ao convite que receberam para participar do “I Taller de Capacitación y Fortalecimiento en Actividades de Hidrocarburos para Líderes Indígenas”, na Comunidad Nativa Nueva Shauaya, para discutir temas relacionados à prospecção e exploração de petróleo e gás, preparar as comunidades indígenas para os “os novos desafios do desenvolvimento sustentável” e “lograr relações harmoniosas entre o Estado, as empresas petrolíferas e as comunidades”.

Aproveitando possibilidade aberta pela legislação peruana, a empresa brasileira Petrobras Energia Peru S.A. tornou-se, em dezembro de 2005, concessionária, por um período de 40 anos, do Lote 110, localizado no alto rio Juruá peruano, em águas binacionais, com extensão de 1,4 milhão de hectares. O lote é sobreposto à Reserva Territorial Murunahua e a territórios de comunidades ashaninka, jaminawa e amahuaca, já titulados ou reivindicados.

A leste, o lote tem limites, ainda, com o Parque Nacional Alto Purús, estando sobreposto à sua zona de amortecimento, no trecho onde está a Reserva Territorial Mashco-Piro, criada em 1997 para proteger grupos isolados Mashco-Piro.

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3 comentários:

Unknown disse...

Preparar as comunidades indígenas para os “os novos desafios do desenvolvimento sustentável” e “lograr relações harmoniosas entre o Estado, as empresas petrolíferas e as comunidades”.

Meu Medo é esse.

Acho melhor eles ficarem com as riquezas deles sem interferêcias.

Leandro Chaves disse...

É, meus amigos!
Sempre soube que uma hora esses discursos políticos para preservação de terras indígenas, valorização dos tais povos da floresta e coisas do tipo um dia iam acabar.
Quando o assunto é petróleo, a história é outra! Essas atividades de exploração chegaram para ficar e com certeza não vão ser os índios quem vão impedir.
É o Acre mais integrado ao Brasil, como Tião Viana propôs com a mudança do fuso horário... Perceberam a intenção?
Hehehe

. disse...

Vamos fazer a balança da coerencia, da razao, bom senso e da logica... num lado a Petrobras do outro os indios, qual dos lados é mais importante para o Brasil? Qual gera mais riqueza e qual é benefico para a populaçao trabalhadora desse país?