quinta-feira, 18 de novembro de 2010

CTI DENUNCIA 13ª MORTE NO VALE DO JAVARI

A equipe do Centro de Trabalho Indigenista (CTI), que atua na Terra Indígena do Vale do Javari (AM), na fronteira com o Peru, denunciou nesta quinta-feira (18) a ocorrência da 13ª morte em um mês na região, habitada por etnias mayoruna, marubo, matis e kanamari, além de etnias isoladas e de contato recente.

- Há inúmeras crianças com o já conhecido quadro de diarréia e vômito que vem se disseminando entre as famílias nos últimos anos, sem que nunca se investigue as verdadeiras causas desse sintoma, e muito menos se faça tratamentos eficientes que mantenham as crianças vivas - relata Pollyana Mendonça, do CTI.

A última vítima foi o jovem Makokoah Kanamary, da aldeia Estirão do Pedra, que morreu na noite de quarta-feira (17). Kanamary era aluno dos cursos do CTI e professor voluntário de sua comunidade.

O índio foi removido no começo da semana para Manaus porque apresentava um quadro de insuficiência renal. Como sempre acontece para as pessoas do Vale do Javari, segundo o CTI, não se sabe as causas exatas que o levaram a tal quadro, e os sintomas acabam sendo fatais.

- Há tempos todos sabemos que a situação de saúde no Vale do Javari é deplorável. E o hábito, para quem vê de fora, deve ser amigo da dormência e do esquecimento. Mas para os povos do Vale do Javari, não há maneira de pensar em quase nada quando as pessoas estão constantemente enfermas e os óbitos passam a fazer parte do cotidiano - afirma o CTI.

A organização atua no Vale do Javari desde 2002 com programa de educação na formação complementar de professores indígenas através de acompanhamentos pedagógico, mini-cursos e oficinas nas aldeias.

O CTI articula ações conjuntas com outras organizações que trabalham na defesa dos povos indígenas isolados e costuma oferecer suas experiência aos países vizinhos no reconhecimento de áreas para proteção desses povos.

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