quinta-feira, 21 de abril de 2011

EU TE PERDOO, WELLINGTON

Marco Antonio Salgado Mendes

Em nome da minha humanidade eu te perdoo, Wellington, ao compreender teu desespero, a falta de esperança e perspectiva, os desejos sublimados, massacrados. Perdoo tua ânsia por ser compreendido, escutado, aceito. A necessidade de amor e carinho que o levou ao maior non sense abjeto que estava ao alcance das mãos. A carência de sexo; bom, farto, seguro; o desejo inconsciente, insatisfeito, por um gozo espumante e vívido.

Nós ajudamos a esculpi-lo com a cultura da violência; a ti entregamos os instrumentos que o transfiguraram num animal feroz, selvagem e despeitado, que foi em busca da revanche pelos beijos recusados ou pelas zombarias que tanto o espezinharam. A ti distraímos nos momentos de lazer, ensinado-o a cultuar o valor da força bruta, da guerra, do sangue, do ódio, da violência, em detrimento do amor, da sabedoria, da libido ou da cumplicidade generosa. A ti presenteamos, por intermédio de Papai Noel, com joguinhos letais enaltecendo a destreza em liquidar "o outro", um ser desalmado e sem coração. A ti louvamos a insensatez da castidade, num mundo permeado por infindáveis apelos eróticos.

Não deixamos que a tua sexualidade se manifestasse tal como a sentias; pior, sequer permitimos que a tua sexualidade aflorasse. Ela foi convenientemente subjugada, é possível, pelos ditames grotescos de doutrinas religiosas despreparadas para auxiliar o homem a expressar-se com toda a humanidade hedonista que lhe é inerente; e quiçá também foi sufocada por possíveis constrangimentos vividos no universo familiar ou escolar. Fostes execrado por companheiros e colegas que mal compreendiam a própria pulsão, jovens também desorientados ou espezinhados, que inevitavelmente transmutariam em violência e ódio, a latência de seus múltiplos desejos imanentes.

Fostes violentado?

Solidão, timidez, rejeição, estranheza, carência... Vivestes rodeado pela intolerância e preconceito, e ainda por cima nem eras um gato "lindo e gostoso", que pudesse compensar com visual estereotipado, a dificuldade que tinhas (apesar do desejo certamente incontestável) de aproximar-se de garotas e garotos da tua idade.

Te assumistes um paria. Ao desvencilhar-te da tua humanidade abristes mão de pertencer à casta onde se encontram homens e mulheres tranquilos, permitindo-se viver as peculiaridades que lhes são inerentes, mas onde também se escondem os que vingam com violência sorrateira e muda, as insatisfações ou frustrações, sobretudo quando superpostas aos apelos da sexualidade.

Nos ensinastes, menino. Contigo aprendemos a nos observar, e a conhecer melhor os teus semelhantes, embora eu não esteja totalmente seguro de que tão cruéis ensinamentos se reverterão em lições duradouras. Possível que em breve as esqueçamos, no afã de nossas vidas velozes, displicentes e fúteis, sem tempo para atentar que bem ao lado escondem-se anônimos Wellingtons, clamando pela compreensão de si e necessitando aceitação e calor humano; carecendo expressar-se com todos os atributos e potencial que definem uma personalidade e caráter.

Não te transformes garoto, num ídolo da apologia do apocalipse, pois temo que muitos estarão dispostos a seguir o exemplo, prontos para derramar ódio insano, se também eles concluírem que nada mais vale a pena, a não ser a premência por saciar o anseio de vingança, como que num plágio grotesco: parem o mundo porque vou descer e levarei comigo os que me molestaram e humilharam.

Especulamos: possuías uma carga genética que o predestinava ao mal? Os transtornos da personalidade te eram peculiares? Um psicopata? Paranoico? Neurótico? Esquizofrênico? Psicótico delirante? Portador de distúrbio bipolar, transtorno de personalidade antissocial ou de delírio crônico? Pervertido? Louco? Devemos encará-lo como um predestinado ao mal, ou fostes condicionado através de infindáveis e cruéis influências mundanas, sorrateiras e solertes? Tua vida transcorreu em ambiente onde os males que afligem a alma e o inconsciente eram percebidos como passíveis de tratamento? Ainda que não fosse possível a cura de tais doenças do espírito, não teremos desenvolvido, em pleno terceiro milênio, o conhecimento e os meios para tratá-los e controlá-los, neutralizando os efeitos nefastos?

Execrá-lo é caminho para fechar os olhos às motivações do trágico desfecho de vidas inocentes. Perdoá-lo - talvez uma nobre postura adequada à nossa humanidade - é compartilhar responsabilidades pelo que aconteceu em Realengo, em 7 de abril de 2011.

Marco Antônio Salgado Mendes é jornalista. Foi presidente do Instituto do Meio Ambiente do Acre e atuou como especialista do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), responsável por acompanhar os projetos financiados no Brasil, na área ambiental. Atualmente, tem trabalhos como escritor. O artigo gerou mais de dois mil comentários na revista eletrônica Terra Magazine.

21 comentários:

Slackware disse...

Quanta hipocrisia...

É muito fácil anunciar publicamente perdão quando não se tem entes queridos entre as vítimas.

Pergunte aos pais das crianças mortas se eles pensam da mesma forma.

@eutogorda disse...

agora ele descansará em paz, era só isso q eele precisava, o perdão de uma sociedade fajuta, onde os valores estão trocados e todos criticam e apontam culpados e só refletem nestas horas, porém mais dia menos dia aparecerá outro wellington e eu vou me perguntar, o que adianta só discorrer sobre o tema e não tentar mudar?

Paulo Henrique disse...

Slackware ou seja qual for a sua designação de anonimato e covardia: Você deveria se intitular de stupidman!

RodB disse...

Acho que vou vomitar.

Anônimo disse...

Poucas vezes na minha vida li um texto tão hipócrita e boçal.

Ninguém além daquele doente é responsável pelo o que aconteceu.

Não foi a sociedade de "valores fajutos" que o fez cometer aquele massacre. Foi ele, indivíduo, doente, psicopata - e só. Não tenho o sangue de nenhum inocente nas minhas mãos. Mania imbecil a de socializar a tragédia, o sucesso e o insucesso.

Repito: só o Wellington é responsável pelo o que aconteceu. Não, eu não o perdoo.

O autor, além do falso altruísmo e da forçada carga de perdão cristão, não sabe a diferença de usar um verbo na segunda do singular e do plural.

FOSTE ridículo, Sr. Marco Antônio.

Acho que vou vomitar (2).

Jozafá Batista disse...

De fato, a culpa é só do Wellington. A sociedade nada tem com isso. A violência interpessoal não alimenta distúrbios de personalidade. Aliás, a personalidade também não é formada pelas interações entre as pessoas, é algo que surge do próprio sujeito espontaneamente, um deus ex machina.
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Melhor ainda: relações sociais não existem. Os indivíduos são individualmente responsáveis porque a sociedade é o resultado de trocas espontâneas entre sujeitos que não são o resultado de um processo de múltiplas referencialidades, são apenas indivíduos autônomos.
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O mesmo se aplica naqueles casos dos EUA e do Brasil, em que os assassinos, todos jovens, entraram metralhando todo mundo em escolas e cinemas. É uma calhordice propor que os casos de racismo, bullyng e lutras formas de violência que todos vinham sofrendo sejam os responsáveis por responder violência com violência.
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Portanto, essa história de socializar falhas individuais só pode nascer mesmo de mentes doentias, socializantes, esquerdopatas.
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Daqui a pouco vão querer que o Estado crie políticas de prevenção e combate à violência em vez de simplesmente trancafiar os doidos nas jaulas. É bizarro! Bando de comunistas hipócritas e boçais!
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Altino, seu blog já foi melhor...

Anônimo disse...

Parabéns, Josafá, pela tosca ironia...

A propósito, para você, fã de Stalin, Mao Tse Tung, Castro, Pol Pot, Lenin, Guevara etc, as vidas ceifadas de 12 crianças não devem dizer muito... O que são doze vidinhas ante as 100 milhões que o seu comunismo/socialismo dizimou, né?

Maria disse...

Pronto, Josafá colocou racionalidade no debate. Só lamento seu desabafo final de que o blog já foi melhor... Mas, se as opiniões que mais parecem sair das trevas merecem respeito, imagine esse pequeno deslize do Josafá. Não podemos esquecer que, ainda que nos seja desejado um debate forjado no pós-iluminismo, manifestações obscurantistas continuam a existir, e sua superação deve ser buscada pelo diálogo.

@eutogorda disse...

Cleomilton, dai vamos discutir as diversas teorias, de q realmente o indivíduo é fruto do meio ou ele já nasceu assim? não quis entrar neste mérito de discussão, o fato é, quem somos nós para criticá-lo? Desculpem os que se acham bons demais para isso, mas não vejo ngm aqui melhor que ele. É claaro que isso foi terrível, mas foi tão pouco para tantos outros fatos que as pessoas fazem vista grossa, por exemplo, tanta gnt morrendo na miséria de tdos os males pelo fato de ter dinheiro desviado, isso também é uma chacina, alguém estampa isso como crueldade? não, é normal! da mesma forma q se todo dia aparecer welligntons vai se tornar normal!

Roberto Feres disse...

Os primeiros momentos após a chacina de Realengo eu acompanhei junto com mais dois colegas no posto de fronteira de Marechal Thaumaturgo. Confesso que foram momentos tensos e uma profunda sensação de impotência frente ao que acontecerra.
Alguns dos posicionamentos que se faziam oficiais e diversas manifestações de autoridades usavam um discurso onde os termos "desagravo" e "direitos humanos" eram recorrentes, como se o ato de insanidade de Wellington tivesse algum sentido naquele contexto. Condolências, sim. Nada supera a dor da perda daquelas crianças. Mas não há qualquer evidência de racionalidade na ação impetrada. Nada que possa significar mais que a im(?)previsível insanidade do rapaz (quais sejam os motivos que a forjaram).
Creio que a essência do texto do Marco Antonio não foi entendida por quem o comentou acima: que sobrou do algoz daquelas crianças além da sublime oportunidade de perdoá-lo e de extrair do infeliz (para dizer o mínimo) episodio que ele proporcionou um pouco mais da essência humana (neste caso o que ela nos pode oferecer de pior)?
Parabéns pelo texto, Marco. E um forte abraço!

Jozafá Batista disse...

Altino, ofereço a você e a seus leitores um texto de uma professora e historiadora, que contextualiza e amplia o debate sobre a tragédia: "Nenhuma escola é ilha", de Flavia Ramos - http://tabnarede.wordpress.com/2011/04/08/nenhuma-escola-e-uma-ilha/

Anônimo disse...

Bárbara, o indivíduo, certamente, vem antes do "meio". A sociedade nada mais é que um conjunto de indivíduos, e não uma massa transcendental.

O ruim das "comunizações", defendidas por Josafá e Cia., é que se retira do indivíduo a responsabilidade por seus atos e imputa-se a um fator exterior a tragédia ocorrida... "Ah, a culpa é da sociedade".

Como o quer o texto besta do Sr. Marco Antônio, todos devemos nos sentir responsáveis pelo o que ocorreu com aquelas crianças.

As coisas não funcionam assim. Só cresceremos como sociedade quando reconhecermos a unidade individual e as peculiaridades de cada um. Sociedade (social) não é socialismo.

Wellington era um psicopata, doente - muito provavelmente, esquizofrênico. É um problema de ordem mais orgânica que qualquer outra coisa. É um problema dele, particular, personalíssimo.

O problema da "intelequitualidade" esquerdoide, da qual fazem parte Josafá, Marco Antônio e Altino, é que eles têm a mania de tudo socializar, não há um culpado, existem sempre "culpados", "responsáveis", porque a SOCIEDADE é assim e assado, porque "nesse mundo capitalista malvado de pressão e concorrência..."

Você entende o que quero dizer?

O que é público não é de ninguém. No que eles chamam de sociedade não há o "indivíduo", cônscio, racional, doente ou psicopata. Numa massa a responsabilização individual inexiste. Todo fracasso e toda tragédia deve ser imputada a todos, por isso, devemos pagar mais e mais impostos para patrocinar o Estado a cuidar de "toda a sociedade".

Eu, particularmente, sinto-me muito melhor que um doente que mata a sangue frio 12 crianças indefesas. Lamento que você não se sinta melhor que ele, ou que coloque todos no mesmo patamar de igualdade. Não obstante, entendo que cada um sabe de sua índole e de seu caráter.

Anônimo disse...

Se me permite também o Altino, depois de lerem a baboseira do texto indicado pelo Josafá, no qual sua autora resume a tragédia em Realengo ao "ódio fomentado pela sociedade capitalista", recorrendo ao "especialista" Michael Moore (o homem do fast-food), acessem o excelente texto de Janer Cristaldo sobre o acontecido:

http://cristaldo.blogspot.com/search?q=Contra+a+loucura

@eutogorda disse...

a sua teoria tem mtos fundamentos, porém eu acredito que ela se completa com o fato da sociedade a corromper, o caso citado foi influenciado por ideias de outras pessoas, porém ele já tinha essa pré-disposição , assim como todos nós temos, porém nos limitamos por termos ética para viveer em sociedade :D

Anônimo disse...

Bárbara, a sociedade não corrompe ninguém. Pelo contrário, a vida em sociedade e os limites impostos pela convivência social são o que impedem muitas pessoas de cometerem atos primitivos. Melhor: ninguém corrompe ninguém. Cada um é o que é.

Na verdade, você é contraditória em suas colocações. Vai entender conforme amadurecer os conceitos soltos, genéricos e descontextualizados que, por ora, tens de Rousseau, Hobbes e Locke. Leia.

O tapete social, como eu já disse, é composto por indivíduos. Não existe sociedade sem indivíduos, todavia, existe indivíduo sem sociedade.

O homem, como tal, precede seu meio. Não cabe dizer que a "sociedade corrompe". Sociedade é tão-somente um grupo de indivíduos. Os indivíduos têm ação e consciência. O comportamento da sociedade é apenas o reflexo do comportamento da maioria desses indivíduos.

A sociedade como ente metafísico não existe. Todo coletivismo é uma fraude. Toda socialização é um embuste.

Victor Hugo disse...

Cleomilton, as opiniões de todos foram válidas, inclusive as suas. Mas tenta expor suas ideias sem necessariamente atacar a dos demais, tenho certeza que vc será capaz de chegar a esse nível.

Nilson Mesquita disse...

Nessas horas é que perdoar se torna um sentimento de verdade, sem hipocrisia. Porque não perdoá-lo? Hipocrisia mesmo é votar em corruptos que tiram a vida de milhares de crianças sem ostensividade, com armas invisíveis e ainda riem nos grandes salões de Brasília e de seus Estados aparecendo como verdadeiros salvadores da pátria. Esses sim são os hipócritas e não o escritor desse artigo que teve a coragem de se colocar de forma genuína e com sensibilidade diferenciada. O tempo da barbárie já passou, espero!

@eutogorda disse...

para os formuladores destas teorias, pode ser uma contradição, mas pra mim elas se completam!

Jozafá Batista disse...

@eutogorda: Elas não são uma contradição há muito tempo, no campo teórico inclusive. Você mesma deduziu, pode-se com algum raciocínio chegar a essa conclusão mesmo sem qualquer consulta bibliográfica. Porque é algo óbvio: elas se completam.
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Só não é possível perceber isso, teoricamente ou não, quando ideais políticos são tratados como pontos de fé, como dogmas. Alguns fazem isso porque acham necessário "diferenciar-se" da "massa", outros simplesmente consideram-se arautos das verdades - como o Wellington, o assassino de Realengo.
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Quando isso ocorre, alguns julgam necessário a agressão para "defender" o que lhe parece a sua própria verdade.
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Determinadas ideologias políticas EXIGEM, como pressuposto, que o indivíduo seja algo isolado do todo social, sem referências psicológicas, que não é um "fruto do meio". Negam o caráter social da formação da individualidade.
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Outras ideologias políticas (fascismo e nazismo) investem no contrário: o indivíduo não possui qualquer autonomia pessoal, é apenas parte de um grande rebanho que deve obedecer seus líderes, e assim estarão garantindo toda a felicidade possível, para si e para os seus.
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No entanto, desde a metade do século XIX sabe-se que a personalidade humana é formada em 3 grandes bases: a Biológica (Genética), a Psíquica (os valores psicológicos) e a Social.
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Ou seja: o indivíduo é autônomo e ao mesmo tempo determinado. A personalidade individual vai surgir da maior ou menor combinação entre esses 3 fatores.
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Mesmo entre ermitões, os referenciais sociais estão lá com ele. Mesmo na Lua, mesmo em Plutão. O indivíduo não vive sem referenciais sociais porque é algo inerente a ele. Por isso, onde houver um indivíduo sempre haverá a referencialidade das suas ações.
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Da mesma forma, quando alguém produz um grande invento, uma nova tecnologia ou mesmo uma ideologia política, enfim, qualquer forma de inovação, ele precisa ser alfabetizado, precisa dominar determinadas tecnologias da sua época, precisa ler e entender tudo o que já foi produzido até então etc. Pode-se dizer até que a qualidade da inovação é diretamente proporcional à apropriação sobre o que já se escreveu ou se sabe a respeito. Ou seja, a inovação individual só é possível com a apropriação do que já é de conhecimento comum no social.
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Se alguém ainda tiver dúvidas, basta consultar qualquer livro sobre Teoria da Personalidade, há sites bons sobre o assunto. A nossa Wikipedia também traz alguns verbetes a respeito.
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Portanto, esta discussão está atrasada há mais de 150 anos. Por motivos puramente ideológicos.

Nilson Mesquita disse...

Josafá, você disse:

"Daqui a pouco vão querer que o Estado crie políticas de prevenção e combate à violência em vez de simplesmente trancafiar os doidos nas jaulas. É bizarro! Bando de comunistas hipócritas e boçais!"

Perguntas:

Isso não é bom?
A prevenção em vez de correção não é uma idéia defendida em todas as ciências? Prevenir não é melhor que remediar?
Você não está entrando em contradição quando fala em combinação e depois diz que o indivíduo é sozinho responsável pelos seus atos?
E a psicopatia é ou não um estado patológico que tira do indivíduo a capacidade de sentir a dor alheia e de levar o indivíduo a desenvolver a idéia fixa ou monoidéia?
Não sou psicólogo, mas seu comentário me pareceu contraditório.

Unknown disse...

Cleomilton, só pra te avisar que o Michael Moore não é o homem do fast-food não. O diretor do filme Super Size Me é Morgan Spurlock. Michael Moore dirigiu Tiros em Columbine e Farenheit 11/09. Dá um google antes de citar fontes.
Abracinho.