quinta-feira, 2 de maio de 2013

Jovem é espancado e ameaçado de morte por segurança e garçons de restaurante


Na noite de sexta-feira (26), por volta das 23 horas, depois de tropeçar e torcer o pé na calçada lateral do restaurante A Princezinha (sic), no centro de Rio Branco, um jovem de 26 anos foi covardemente humilhado, agredido e ameaçado de morte por um segurança e garçons do estabelecimento.

Após tropeçar, ainda no chão, o jovem gritou por socorro aos funcionários do restaurante, que preferiram responder que ali não era Samu nem Pronto Socorro.

O jovem levantou sozinho, caminhou com dificuldade, entrou no estabelecimento, pediu uma pizza e voltou a apelar para que telefonassem para o Samu.

Como os funcionários se negaram a atendê-lo, elevou o tom de voz para dizer que  estavam incorrendo em crime de omissão de socorro.

Foi o suficiente para o segurança avançar e aplicar uma gravata, enquanto o jovem era agredido pelos garçons. Caído no chão, um dos garçons chegou a usar um skate para golpeá-lo na coxa.

O jovem continuou sendo espancado da porta do restaurante até o outro lado da rua, onde o segurança chamou um flanelinha e mandou que este tratasse de retirá-lo dali. O flanelinha desembainhou uma faca e ordenou que o jovem corresse.

O jovem se ajoelhou na frente da catedral Nossa Senhora de Nazaré, levantou os braços e suplicou:

- Estou com o pé torcido. Você está vendo que não posso correr. Pode me matar agora. Vamos, me mata. O que fiz contra você? Minha Virgem Soberana, interceda por mim. Não me deixe morrer na frente da igreja.

O flanelinha preferiu aplicar um tapa na orelha da vítima.

O jovem acabou sendo socorrido e retirado do local por um amigo que o acompanhava no momento do tropeço. Logo que os funcionários se recusaram a prestar socorro, o amigo dele se ausentara para acionar o Samu a partir de algum telefone público. Um não usa celular e o outro estava com o aparelho descarregado.

A brutalidade do segurança, do garçom e do flanelinha foi registrada pelo circuito de câmeras de vídeo existente no restaurante.

Na terça-feira (30), o jovem voltou ao restaurante para conversar com o proprietário, que estava presente. Esperou duas horas, mas não foi atendido. O proprietário pediu-lhe que retornasse na próxima semana.

O estabelecimento, cujo dono é conhecido como Roberto da Princezinha (sic), presidente regional do obscuro PROS (Partido Republicano da Ordem Social), foi procurado pela família do jovem para ceder as imagens de vídeo.

A família esperava que as imagens pudessem contribuir para o esclarecimento do caso, pois os funcionários negaram a agressão e disseram que impediram que o jovem fosse assassinado pelo flanelinha.

O comerciante pediu desculpas ao jovem e sua família não sem antes expor uma alegação claramente mentirosa.

- As câmeras do restaurante infelizmente foram desligadas na quinta-feira. A CPU do computador apresentou defeito e tivemos que enviar o equipamento para o técnico que nos dá suporte.

O jovem aceitou o pedido de desculpas, mas ao apertar a mão do comerciante avisou que recorrerá à Justiça contra a brutalidade da qual foi vítima.

- Eu sei que o senhor é pai de três filhos e espero que nenhum deles jamais seja humilhado e agredido da maneira que fui. É vergonhosa a sua tentativa de evitar que seja feito Justiça contra o despreparo e a violência de seus funcionários, pois tudo foi registrado pelas câmeras - disse o jovem.

Ele pediu registro da ocorrência na polícia e no Procon e foi submetido a exame de corpo de delito. Laudo de onze linhas, assinado pelo legista Italo Maia Vieira, detalha a "ofensa à integridade física", como a equimose arroxeada do pé esquerdo, decorrente do tropeço, além de várias escoriações.

Destaque para comentário do publicitário Janu Schwab

- O estabelecimento é reflexo do dono, que conheço por cima do muro de longuíssima data. Me criei na casa ao lado, onde essa trupe chegou tempos depois fazendo puxadinhos, derramando seu esgoto para os quintais vizinhos e se apropriando indevidademente de área pública para aumentar sua clientela - era, e ainda deve ser, impossível transitar nas calçadas com tantas cadeiras. Esse senhor, Roberto "da Princesinha", é de uma postura truculenta e desrespeitosa que eu sempre suspeitei não se limitar ao trato com a vizinhança. Pelo visto não me enganei. Não podemos nos deixar enganar, ser bem tratado e atendido em um estabelecimento comercial não deve ser diferencial e sim condição básica para que ele funcione. Mas o caso em questão deixou de ser apenas uma birra entre vizinhos ou de clientes exigentes. Virou questão de "sanidade pública".

Nenhum comentário: