terça-feira, 30 de outubro de 2007

ÍNDIOS E SERINGUEIROS EM CONFLITO

Nota do Conselho Indigenista Missionário - Regional da Amazônia Ocidental:

"A situação de conflito entre índios e não-índios no Rio Amônia, no alto Juruá, município de Marechal Thaumaturgo, está cada vez mais explosiva.

Desde 1998 que um grupo de índios denominados Apolima-Arara (Arara do Amônia) iniciou uma luta pela regularização fundiária de sua terra. Em 2003 a Funai divulgou um relatório atestando ser a terra reivindicada como tradicional daquele povo.

Ocorre que a mesma terra é disputada pelos índios, moradores da Reserva Extrativista e por parceleiros do Incra. Ao longo desses anos aconteceram muitos casos de violência contra os indígenas sem que nenhuma medida tenha sido tomada no sentido de evitar outros conflitos de proporções ainda maiores.

No Último dia 25, um senhor de nome Adailson, supostamente e segundo ele mesmo, com autorização do Ibama, resolveu levar a cabo uma de suas promessas: invadir a terra indígena e construir lá uma casa para morar.

A reação dos índios foi de atear fogo na casa do invasor enquanto ainda não havia moradores. No dia 26 quatro policiais Federais foram até o local na companhia de mais cinco soldados do Exército Brasileiro para constatarem o ocorrido e tentar apaziguar os ânimos.

Neste mesmo dia 26 tomaram depoimento de Francisco Siqueira Arara, cacique do povo e José Ângelo, importante liderança do povo. A Funai em Rio Branco já foi comunicada dos fatos e aguarda-se uma tomada de posição.

O que torna a situação ainda mais grave é que há nove anos esse conflito vem se arrastando. Ibama, Funai e Incra não se entendem e não tomam as medidas necessárias.

A comunidade, o movimento indígena e entidades de apoio, especialmente esse Cimi, têm denunciado sistematicamente o descaso das autoridades mas parece que não surte efeito.

Os índios encontram-se praticamente entrincheirados aguardando retaliações já que os não-índios prometeram reagir.

Nós, de nosso lado, cobramos das autoridades um fim àquela situação. Que seja demarcada em definitivo a terra e que todos os invasores sejam retirados como sendo o único meio de solucionar o Problema e para que desgraças ainda maiores não venham a acontecer".

Um comentário:

Anônimo disse...

O que o CIMI esquece de colocar no artigo deles é que, primeiro, parte da área requerida pelos "indios" está dentro da resex do Alto Juruá, criada em 1990 e regularizada. Outra parte está dentro do PA Amônia, criado e regularizado pelo INCRA. E outro pedacinho é Parque NAcional. E estes Apolima-Araras??? foram criados por quem??? inclusive os Ashaninkas os expulsaram de suas terras durante a demarcação. Prq o secretario dos POvos Indigenas não trata desta questão???