terça-feira, 21 de dezembro de 2004

PRÊMIO CHICO MENDES


O índio Joaquim Tashka Yawanawá, vencedor do Prêmio Chico Mendes de Florestania, promovido pelo Governo do Acre, foi indicado durante a semana para concorrer ao cobiçado prêmio internacional concedido aos líderes do novo milênio pela rede de TV CNN e pela revista Time. Os yawanawá -yawa (queixada), nawa (gente)- se declaram o povo da queixada. Eles fazem parte da família linguística do tronco pano.

A solenidade da premiação acreana estava prevista para acontecer no Palácio Rio Branco na quarta-feira 21, mas foi adiada para o dia 24 por causa de compromissos que impediriam a presença da ministra Marina Silva.

O prêmio foi instituído em setembro com o objetivo de reconhecer e estimular atividades, programas, ações e iniciativas que têm como objetivo consolidar o conceito de florestania.

Os vencedores do Prêmio Chico Mendes de Florestania receberão certificado de reconhecimento assinado pelo governador Jorge Viana, com as honras do Estado, acompanhado de um troféu. Será acrescido ao certificado e ao troféu de Joaquim Tashka Yawanawá uma premiação no valor de 10 mil reais.

Taska, Laura Soreano e o canadense Josh Sage dirigiram nesse ano o documentário Yawa – A história do povo yawanawá, que retrata o festival que acontece durante sete dias, na aldeia Nova Esperança, na terra indígena do rio Gregório, no Acre.

O filme de 50 minutos registra a história do povo yawnawá, seus mitos, cerimônias sagradas, músicas, danças, comidas bebidas e brincadeiras que expressam sua relação harmônica com a floresta.

O filme, que teve lançamento nacional e internacional, foi financiado pela empresa Aveda Corporation, que compra a produção de urucum da tribo, e pelo ator americano Joaquim Phoenix, amigo de Tashka.

Joaquim Tashka saiu da aldeia para estudar em Rio Branco no final dos anos 80, morou alguns anos nos Estados Unidos e no México, onde conheceu e casou com a índia e jornalista Laura Soreano, de origem mexicana. O casal tem buscado a solidariedade internacional para executar projetos de desenvolvimento social e econômico da tribo yawnawá, inclusive no mundo da moda.

O prêmio Chico Mendes de Florestania objetiva valorizar a memória do líder seringueiro e ambientalista assassinado em 22 de dezembro de 1988, que colocou sua vida, ideais e luta em defesa dos direitos dos povos amazônicos, servindo de inspiração e guia às populações tradicionais da região em sua organização e produtividade.

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